sábado, 10 de março de 2012

O Desespero de Deus


O DESESPERO DE DEUS
Álvaro César Pestana[1]
2012

Deus ama seus filhos. Ele gostaria de vê-los fazendo tudo bem e do melhor modo para ele. Ele nos vê fazendo coisas más e estultas, que só irão complicar e atrapalhar nossa vida, mas não intervém para não nos “esmagar” ou nos “anular” apenas com sua sombra ou com sua aproximação.

Então o que ocorre? Deus sofre! Ele sofre ao assistir nossos erros e nossas decisões tolas que nos causarão muitos males e consequências negativas e dolorosas. Ele vem em nosso socorro, não para nos impedir de agir ou para nos tirar os movimentos, mas para produzir circunstâncias e possibilidades de aprendizado e de arrependimento em face de nossas desventuras. Ele faz com que até nossos erros possam, se mantivermos contato com ele, cooperar para o nosso crescimento e enriquecimento espiritual.

Contudo, Deus sofre. Talvez não seja correto usar a palavra “desespero” citada no título deste texto, pois Deus não perde a esperança, pelo contrário, ele é sempre fonte dela. Contudo, o “desespero” de Deus aplica-se a ele no sentido que ele gostaria e esperaria poder ajudar, mas, ele não força ninguém a agir com todo seu poder e seu querer benignos.

É difícil ser um Deus bom. É difícil deixar o ser humano agir erradamente sem tentar anular quase que cada passo e cada pensamento equivocado de cada homem. Não obstante, Deus continua amando. Em silêncio e na penumbra, ele usa tudo para o nosso bem e espera que aceitemos seus ensinos, seu amor e seu perdão.


[1] Pensamentos da paternidade limitada humana projetada sobre o ilimitado poder e amor divinos.